03/08/2009 - 09h11
Indústria tem no 1º semestre maior queda desde 1975, informa IBGE
Da Redação
Em São Paulo
(Texto atualizado às 9h37)Em São Paulo
A produção da indústria brasileira no primeiro semestre deste ano ficou 13,4% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, informou nesta segunda-feira o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Trata-se da maior queda já verificada em um primeiro semestre desde que a entidade começou a fazer esse tipo de levantamento, em 1975.
O resultado, no entanto, ainda é reflexo do tombo ocorrido nos dois últimos meses do ano passado. Em 2009, a indústria só vem registrando expansão.
Em junho, a produção subiu 0,2% ante maio, marcando a sexta alta seguida. Desde janeiro, o aumento acumulado é de 7,8%. Ainda assim, a atividade em junho ficou 10,9% abaixo do verificado no mesmo mês de 2008, época em que o setor estava em expansão acentuada.
Os dados trimestrais mostram com clareza que, neste ano, a indústria vem recuperando lentamente as perdas de 2008. No primeiro trimestre de 2009, a produção estava 14,6% abaixo do mesmo período do ano passado; no segundo, ficou 12,3% menor, comparando com o intervalo de abril a junho de 2008.
Nos últimos 12 meses, a queda acumulada é de 6,5%, frente aos 12 meses imediatamente anteriores. Em maio, esse tipo de comparação apontava queda de 5%.
Veículos em baixa
O resultado semestral, o pior desde 1975, foi marcado pela forte retração de 23,6% da fabricação de veículos automotores. Nos seis primeiros meses de 2008, o setor bateu recorde histórico de produção. Nos dois últimos meses de 2008, a produção despencou. Nos seis primeiros deste ano, o segmento mostrou recuperação, mas não o suficiente para voltar ao mesmo patamar de 2008.
A segunda maior contribuição negativa no semestre foi a do setor de máquinas e equipamentos, com queda de 29%. Apesar do recuo mais intenso do que dos veículos, o segmento de máquinas tem menos presença no índice geral da indústria.
Eletrônicos: queda de 40%
O ramo de materiais eletrônicos diminuiu em 40,1% sua produção no primeiro semestre de 2009, em relação a igual período de 2008. A metalurgia básica também sofreu com a crise, registrando queda de 27,8%.
Com isso, as quatro categorias em que o IBGE divide a indústria tiveram forte queda semestral: bens de capital (mercadorias usadas na produção fabril) caíram 23%; bens de consumo duráveis, 19,1%; bens intermediários, 15,8%; bens de consumo semi e não-duráveis, 3,1%.
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